O Pensamento do Irmão Gabriel Taborin
“A instrução e a educação são duas coisas que se confundem com frequência. Por isso, nos vemos obrigados de pedir-vos que expliqueis às crianças a diferença que há entre elas; deste modo os predisponhais para as acertadas e úteis lições que vocês podem dar sobre educação.
Por isso a instrução somente não basta para formar a um homem honrado, a um cidadão, a um verdadeiro cristão. É preciso acrescentar a tudo isso a educação, é dizer, há que ensinar a encaminhar sua consciência e seus costumes, e proporcionar-lhe por sua vez, luzes e forças, que lhe ajudem poderosamente a cumprir seus deveres para com Deus, para consigo mesmo e para com seus semelhantes”.
(Circular nº 12, 1856)
“Dedicarse a formar buenos ciudadanos para la sociedad e inteligencias dignas de Dios es, como ha dicho un célebre autor, una sublime misión. Quien se entrega a ella responsablemente es el hombre más grande del país y el más noble a los ojos de Dios, de la religión y de la humanidad. Otro autor añade: “De ahora en adelante será el maestro y no el cañón el árbitro de los destinos del mundo”. Los servicios que presta el soldado son grandes, pero menores que los que presta el maestro, pues los de aquél son con frecuencia gloriosos pero pasajeros.
Los del ciudadano virtuoso que consagra su vida a la educación de la juventud tienen ciertamente menos brillo, pero se puede decir que ninguna misión es más noble aquí en la tierra que la de actuar sobre el espíritu humano transmitiéndole la luz, la verdad y la virtud.
Estimamos a un gran, pintor o a un hábil escultor, pero ¿qué es su arte al lado de quien trabaja, no con la tela o el mármol, sino con las inteligencias?”
(Nuevo Guía 637)
“A educação das crianças é uma das necessidades mais urgentes e indispensáveis para a sociedade; se for descuidada, que será das famílias? Que será dos interesses da Religião e do Estado? Que será das crianças? Os bens e as riquezas, sem a educação, não podem fazer felizes às crianças: ao contrário, só lhes servirão para o seu próprio prejuízo e o dos demais”.
(O anjo condutor dos peregrinos de Ars)
“Educar a uma criança é, em términos gerais, desenvolver, fortalecer e aperfeiçoar os órgãos de seu corpo e as faculdades de seu espírito e, sobretudo, educar seu coração, sua vontade, seu caráter, sua consciência e seu juízo”.
(Novo Guia 643)
“Dedicar-se a formar bons cidadãos para a sociedade e inteligências dignas de Deus é, como disse um célebre autor, uma sublime missão. Quem se entrega a ela responsavelmente é o maior homem do país e o mais nobre aos olhos de Deus, da religião e da humanidade.
Outro autor acrescenta: “De agora em diante será o mestre e não o canhão o árbitro dos destinos do mundo”. Os serviços que o soldado presta são grandes, mas menores que os que oferece o mestre, pois os daquele são com frequência gloriosos, mas passageiros. Os do cidadão virtuoso que consagra sua vida à educação da juventude têm certamente menos brilho, mas pode-se afirmar que nenhuma missão é mais nobre aqui na terra que a de atuar sobre o espírito humano, transmitindo-lhe a luz, a verdade e a virtude. Estimamos a um grande pintor ou a um hábil escultor, mas o que é a sua arte ao lado de quem trabalha, não com a tela ou o mármore, mas com as inteligências?”
(Nova Guia 637)
“Não de deve tratar a todas as crianças da mesma maneira. É de fundamental importância observar a maneira de ser de cada uma. E ter em conta o seu temperamento. Os que ensinam não devem falar jamais com um tom de voz prepotente, áspero ao falar com uma criança medrosa e tímida. Em vez de rejeitar as que são de caráter lento e temeroso, é preciso tratá-las com amabilidade e bondade para não desanimá-las.
Se é necessário fazer-se respeitar pelas crianças, muito mais é preciso fazer-se amar por elas e ganhar a sua confiança.
Os professores e professoras sem paciência e sem moderação de temperamento, coléricos, arbitrários ou violentos não são adequados para esta profissão; fazem perder o espírito das crianças”.
(O anjo condutor dos peregrinos de Ars)
“Os Irmãos ensinarão em suas aulas o programa correspondente ao nível em que lecionam. Esforçar-se-ão em fazer com que os alunos progridam; cuidarão para não cultivar preferências para uns deles, porque todos os que frequentam as aulas tem os mesmos direitos à atenção do educador e este deve-lhes todo o seu tempo e toda a sua aplicação durante as horas de aula.
O motivo pelo qual os alunos progridem pouco vem muitas vezes da parte do professor. Para que haja progresso na aprendizagem, é preciso que o Irmão docente se faça amar pelos alunos e tema afastá-los mediante uma severidade mal entendida; que se preocupe para inspirar-lhes o gosto pelo estudo; que lhes dê definições claras e exatas. Suscite o interesse mediante perguntas, pedindo-lhes resumos, fazendo aplicações concretas daquilo que foi explicado à moral e à vida civil. Contudo, o mais importante é proporcionar-lhes alimento ao espírito, na medida em possam assimilá-lo: para elevar a criança até o próprio nível, é preciso saber descer até o dela.
Tampouco deve-se pretender que os alunos avancem com demasiada pressa; cada coisa em seu tempo. É preciso afirmá-los bem nos princípios antes de ir para mais longe; é necessário inclusive, que retornem a eles, de vez em quando, porque nada saberão de verdade se não o souberem perfeitamente. O educador deve conhecer os seus alunos, para exigir somente o que eles podem, pois do contrário, poderiam chegar a desanimar-se. Não deve abandonar a maioria para acompanhar a minoria que vai mais depressa.
(Novo Guia 651-653)
“Os Irmãos cuidarão acima de tudo da educação religiosa, inspirando-lhes o amor pela virtude e gravando profundamente na alma deles o sentimento de seus deveres para com Deus, para com seus pais, para com as demais pessoas.
Trabalharão na correção dos seus vícios e defeitos, a reprimir neles o desejo de domínio, a ajudar aos pobres, a prevenir a inveja destes contra os ricos e o orgulho destes contra os pobres; inspirarão a todos a virtude da caridade, que dá consistência e aperfeiçoa todas as virtudes, e estabelece entre todos, relacionamentos de benevolência, de humanidade e de cortesia.”
(Novo Guia 646)
“Os Irmãos apreciarão este título acima de qualquer outro das dignidades humanas. Considerarão esta função como verdadeiramente apostólica.
Com efeito, catequizar é ensinar a ciência da salvação, a ciência da religião, a ciência dos santos. É fazer conhecer o que Jesus Cristo veio ele próprio ensinar sobre a terra.
O divino Salvador é o modelo de todos os catequistas e pode-se dizer pela maneira como ele tem proclamado seu santo Evangelho se parece mais a uma catequese que a um sermão.
E assim, mesmo que a função de catequista seja menos brilhante que a do pregador, não é, contudo menos elevada, porque são os mesmos mistérios, as mesmas verdades que são dadas a conhecer”.
(Novo Guia 898)
“Na sua missão de catequista, a primeira coisa que deve fazer o Irmão é aprender a dar catequese, porque é um grande erro pensar que é fácil, ou que exige pouco estudo e preparação, prestar a crianças e até a adultos, este exercício de modo proveitoso. Pelo contrário, é certo que, dar bem o catecismo é um talento muito raro e há poucos que são bons catequistas. Para merecer o nome de catequista é preciso:
1.° Possuir a arte de prender as crianças e todo o auditório, cativá-los e fazer-se escutar com gosto;
2.° Conhecer perfeitamente a doutrina cristã e estar imbuído dela mediante um estudo constante e diário;
3.° Ter adquirido, pela reflexão e pela experiência, o talento de colocar-se ao alcance dos ouvintes e, para isso, falar-lhes com clareza e precisão;
4.° Saber apresentar as verdades santas de uma maneira interessante e sobretudo, que chegue ao coração, fazendo surgir nele bons desejos e sentimentos piedosos; numa palavra é preciso ter o dom de instruir, de agradecer e de tocar, tudo ao mesmotempo”.
(Novo Guia, 900)
“A segunda coisa necessária para dar bem a catequese é prepará-la bem. Há dois tipos de preparação: a preparação remota e a preparação próxima. A preparação remota consiste em realizar um estudo aprofundado da religião, de seus dogmas, de sua moral, do seu culto e da sua história. Este estudo não tem limites: deve ser cotidiano e de toda a vida, pois a religião é, por seu objeto, a mais ampla de todos os conhecimentos, e que, quanto mais é conhecido, mais fácil se torna fazê-lo conhecer e amar.
A preparação próxima consiste em:
1. Decorar na medida do possível, a própria letra do capítulo que se quer explicar;
2. Preparar perguntas concretas que sirvam para desenvolver as perguntas e as respostas do texto;
3. Organizar a explicação, isto é, o que se deve desenvolver, reduzindo-a a dois ou três pontos fundamentais aos que se fará referência nas perguntas concretas;
4. Escolher as passagens da história e as comparações que serão próprias a esclarecer ou confirmar as explicações;
5. Preparar os exercícios práticos a serem dados depois da explicação;
Encomendar a Deus, à Santíssima Virgem e aos anjos da guarda dos ouvintes, o êxito da catequese.
(Nova Guida, 901)
“O bom catequista sabe explicar as coisas mais sublimes com as expressões mais simples; as verdades mais abstratas, os objetos que mais escapam aos sentidos, sabe revesti-los de formas sensíveis e já conhecidas pelos seus discípulos. Como o grande Mestre, fala-lhes frequentemente em parábolas.
Apresenta a virtude de maneira atrativa; mas quanto ao vício apresenta-o como verdadeiramente é: como o tirano que somente paga aos seus escravos por infelicidade.
As crianças encontram no bom catequista um pai amável que sabe colocar-se ao nível delas, para elevá-las em seguida às mais altas contemplações, e fazê-las passar gradualmente dos conhecimentos que possuem aos que querem transmitir-lhes.
Finalmente o bom catequista não esquece que inutilmente se planta e se rega se Deus mesmo não faz crescer”.
(Nova Guia 12)
“Sem o conhecimento do catecismo, não há verdadeira fé nem religião e sem religião não existirá jamais felicidade pública ou particular.
A ignorância não somente não presta para nada, mas até perigosa ela é. Deixar as crianças na ignorância é anular o ministério dos sacerdotes, é fechar às crianças todos os recursos que um dia poderiam encontrar nas instruções do próprio pastor. Seria privá-las dos meios de salvação. Convictos destas verdades, os Irmãos em nada descuidarão para proporcionar aos alunos que frequentam suas escolas ou a catequese paroquial uma sólida instrução religiosa”.
(Nova Guia 909)
“As principias coisas que devem ensinar são:
1. ° Os principais mistérios, que será preciso repetir todos os dias, sobretudo nas classes pequenas;
2. ° A vida de Jesus Cristo, suas virtudes, seus sofrimentos, o que tem feito e o que segue fazendo pela salvação do homem. É muito importante retornar mais vezes sobre o tema: porque conhecer a Jesus Cristo para fazê-lo conhecer como Deus e como homem ou mostrá-lo como Salvador, legislador, luz do mundo, modelo, benfeitor, mediador, alimento, juiz e felicidade do homem;
3. ° As grandes verdades da religião, como o fim do homem, a importância e a necessidade da salvação, a morte, o juízo, o céu, o inferno, etc.;
4. ° A Igreja: o que é a Igreja, as características da verdadeira Igreja; a necessidade para ser salvos, de se submeter à Igreja, a seus pastores, de ser unidos ao Sumo Pontífice;
5. ° O que manda e proíbe cada mandamento de Deus e da Igreja;
6. ° As disposições requeridas para receber com fruto os sacramentos, sobretudo a penitência e a eucaristia;
7. ° A maneira de acompanhar piedosamente a santa missa e de assistir com fruto os ofícios da Igreja;
8. ° A excelência, a necessidade, a obrigação e as condições da oração;
9. ° O pecado mortal: sua gravidade, a desgraça de cometê-lo, os castigos que atrai a quem o comete, o meio para obter o perdão do mesmo;
10. ° A maneira de santificar as ações, para torná-las agradáveis a Deus e meritórias para o céu”.
(Novo Guia 909)
A humildade deve ser o mais precioso adorno do Irmão da Sagrada Família. Praticando esta virtude imitará os santos Padroeiros do Instituto, guardará a castidade, agradará a Deus e atrairá sobre si a estima dos homens e não o seu desprezo como acontece geralmente com o orgulhoso.
O bom religioso estima a humildade, pratica-a interior e exteriormente: lembra que um ato desta virtude vale mais que cem milagres, e que diante de Deus ela supre todas as demais virtudes, enquanto que o orgulhoso muda todas as virtudes em outros tantos vícios.
Deus resiste aos soberbos e dá a sua graça aos humildes. Os orgulhosos são como altas montanhas sobre os quais Ele descarrega a sua cólera, os humildes são como vales suaves que recebem o doce orvalho de sua graça. Que religioso, pois, não fará os maiores esforços para praticar a humildade durante toda a sua vida?
(Nouveau Guide Chap. Troisième § II n. 27)
Não se pode dar uma ideia mais nobre, mais sublime e ao mesmo tempo mais justa, que as virtudes extraordinárias e a sublime santidade de Santa Ana, afirmando que ela é a mãe da Mãe de Deus. Este título augusto encerra todos os títulos de honra; somente ele merece todos os elogios; e, como o Espírito Santo não pode dizer nada mais extraordinário de Maria que dizer que foi dela que nasceu Jesus Cristo, o mesmo não se poderia dizer nada mais glorioso de Santa Ana que expressar que foi dela que nasceu a Virgem Maria.
(Manuel des Confrères de Sainte Anne .pág. 5)